por Cláudia Oliveira
O companheirismo e fortalecimento dos clubes são como duas faces da mesma moeda. Pode dizer-se que o companheirismo só existe (e gera-se) nos clubes fortes e os clubes só conseguem ser fortes se os seus membros tiverem uma relação de forte companheirismo. Mas os clubes também se fortalecem com uma base diversificada de companheiros, de áreas sociais distintas e complementares, que confiram visões abrangentes aos projetos dos clubes. A missão maior, nesta temática, recai sobre os Governadores. Paulo Martins e Fernando Luís Nogueira (que fazem a capa desta edição), Governadores dos Distritos 1960 e 1970, respetivamente, são os vigilantes maiores dos clubes, estimulando-os. Este ano, os Governadores, de todo o mundo, têm um desafio específico, lançado pelo Presidente de Rotary International, Shekhar Mehta, relacionado com esta temática: “each one bring one”.
Não será, certamente, tarefa fácil (caso contrário já estaria feita), mas não é impossível. Prova disso são os quatro novos clubes Rotários que nasceram no final do ano Rotário de 2020-21, bem como os clubes jovens (ver nas páginas 16 e 17).
Rotary Club Quinta do Conde (Distrito 1960), Rotary Club Saúde e Rotary Club Coimbra Saúde (ambos do Distrito 1970) têm como presidentes companheiros cuja ligação a Rotary não é nova. António Matias, do clube da Quinta do Conde, é “sócio em RI desde 2006”, tendo integrado outros clubes, até mesmo como presidente, “com conhecimento da estrutura e movimento”. O mesmo aconteceu com Carlos Almeida, do Rotary Club Coimbra saúde. “Sou rotário há 20 anos, no Rotary Club de Coimbra, onde fui presidente em 2011-12. Saí do clube, por motivos pessoais, em 2019”, contou.
António Ruão Barbosa, conheceu Rotary ainda nos primeiros anos da adolescência, primeiro no Interact e depois no Rotaract, em Penafiel, para agora assumir a presidência do Rotary Club Douro Saúde. Ricardo Henriques, por seu lado, dá os primeiros passos no movimento na qualidade de presidente do Rotary Club Douro e Vouga International (Distrito 1970).
A entrada para Rotary justifica-se com “o espírito rotário, que arrasta consigo espírito de companheirismo, de entreajuda, de lealdade entre os companheiros, de amizade, que, uma vez estabelecido em cada um, é muito compensador”, disse Carlos Almeida. Por seu lado, para o estreante Ricardo Henriques destaca “o entusiasmo na missão de provocar mudanças estruturais na sociedade, integrado num ‘network’ de valor e de valores, nacional e mundial”.
E se Rotary pretende provocar mudanças – duradouras e sustentáveis – na comunidade, poderá o movimento gerar mudanças nos seus agentes, nos companheiros? António Ruão Barbosa, entende que não, que a motivação já está em cada um, ou seja, Rotary já mora em nós. “A transformação de quem está no movimento não é mais do que manifestação da essência de cada um. Estar em Rotary não pode constituir transformação, mas uma evolução no melhor dos sentidos”, explicou.
Nesta caminhada que estes quatro novos clubes iniciaram, a primeira dificuldade, aponta Carlos Almeida, é “encontrar profissionais que preencham as condições para serem Rotários, e que acedam a integrar o movimento, num número suficiente que permita a criação dum clube”.
Seguem-se, “essencialmente, as questões burocrático-administrativas (criação estatutos/regulamento interno, notariado, certificado de admissibilidade,registo), conta bancária, estipulação e compatibilização entre todos os companheiros do local dia e frequência das reuniões”, como indicou António Matias. Para este companheiro é primordial conseguir uma distribuição de tarefas “ajustadas à disponibilidade de cada um, sem prejuízo da vida pessoal e profissional”.
Mas, sendo este um movimento internacional, com mais de um milhão de companheiros, ajuda e apoio aos novos clubes para que os “novos” se sintam integrados não vai faltar. Aliás, é “algo que já está a acontecer”, garantiu António Ruão Barbosa.
Da parte da nossa revista, sejam bem-vindos a Rotary e à missão de Servir para Transformar Vidas.