Por Alexandra Cardoso
Desde a sua criação, o Rotary tem, como valor intrínseco, a promoção da paz mundial. O tema deste mês Rotário – Paz e Resolução de Conflitos – celebra exatamente este tema. A empatia e compreensão são muitas vezes a chave para resolvê-los. Caminhar para a paz mundial é uma ideia desafiante, principalmente para as Novas Gerações, pois parece-nos algo inatingível, sentimo-nos impotentes. No entanto, não é preciso acabar com todas as guerras para afirmar que estamos a trabalhar para a paz: ela conquista-se, passo a passo, com cada ação que realizamos. Devemos começar em casa, no nosso clube, os conflitos devem ser discutidos e votados, arranjando soluções. Não é por acaso que um dos pilares do nosso movimento é o companheirismo, pois é através dos laços de amizade que nasce a vontade de resolver os conflitos que vão emergindo.
Estamos a contribuir para a paz quando nos juntamos a outros clubes, de diferentes Distritos, países ou até continentes, para realizar projetos, partilhar ideias e comparar realidades. Hoje, é frequente vermos clubes das Novas Gerações a colaborar e organizar atividades com Distritos no estrangeiro. Em agosto, o Rotaract Club de Odivelas realizou uma reunião on-line com o Rotaract Club Timbó Pérola do Vale (D4652, Brasil); em dezembro, o Rotaract Club de Estarreja, em parceria com os Rotaract Clubs da Beira (D9210, Moçambique) e de Luiz de Queiroz (D4621, Brasil), organizou uma reunião via Zoom, fazendo a apresentação dos respetivos países e culturas.
O Rotaract Club de Aveiro concluiu também, no início do ano, o seu Projeto Beirute: uma venda de cadernos cujos lucros reverteram para a reconstrução de habitações em Beirute, após a gigantesca explosão no porto daquela cidade, em agosto. A venda de 180 cadernos refletiu-se em € 580 entregues a clubes locais, que os estão a aplicar em materiais de construção e mão-de-obra. O Interact Club de Vila Nova de Gaia organizou, em 2020, uma refeição, cujos lucros reverteram a favor da reconstrução de uma creche em Cacheu, na Guiné-Bissau. O projeto “Dar a Mão às Mães”, que reúne Rotaracts e Interacts dos dois Distritos portugueses e do D9400 (Moçambique), promete continuar a ajudar as famílias de mães e filhos portadores de deficiência, em Maputo.
Outros clubes não precisaram de ir tão longe e decidiram partilhar boa disposição nas suas próprias comunidades. No mês de dezembro, por exemplo, o Interact Club de Penafiel uniu-se para distribuir “multas de mimos” aos cidadãos da sua cidade.
Vivemos num mundo onde a tecnologia reina e no qual conseguimos, mais do que nunca, partilhar as nossas experiências e fazer a nossa mensagem chegar mais longe. Os Rotaracts e Interacts portugueses provaram que, mesmo num ano em que tudo parecia sombrio e no qual reinava a incerteza, com boa disposição e vontade de servir, conseguimos caminhar mais além no caminho para a paz.