Por Diogo Bento | RC Portela
Caros companheiros,
Após o período das férias, retornamos a setembro, que representa na nossa organização o mês da Educação Básica e Alfabetização.
A educação é um dos pilares fundamentais para a criação de uma sociedade mais justa e igualitária. Tem permitido o desenvolvimento e crescimento económico de várias nações, assim como a saída de milhões de pessoas da pobreza. Nunca na história da humanidade houve tanto acesso à educação como na atualidade.
Figura I – População Analfabeta Global
Mas será que esta é a realidade para todos?
Será a educação efetivamente um direito universal, e não apenas um privilégio ainda para alguns? Para falar sobre o tópico, gostaria de compartilhar algumas métricas a nível global.
Primeiro que tudo, salientar que em cerca de 200 anos foi possível reduzir em mais de 75% a população analfabeta (Figura I), com especial ênfase durante o século XX. Hoje essa percentagem é apenas cerca de 13%.
Apesar de tudo, essa proporção não é a mesma a nível global. Enquanto nos países desenvolvidos a alfabetização atinge valores próximos da universalidade, em alguns países danÁfrica Subsaariana e do Sul da Ásia, ainda existem progressos por fazer (Figura II).
Figura II – Taxa de Alfabetização por País, 2012
Em alguns destes países, a taxa de alfabetização é abaixo dos 50%, com vários estudos a demonstrarem uma forte associação entre pobreza no que diz respeito à frequência escolar e os respetivos níveis de aprendizagem. (Figura III).
Figura III – Percentagem de Estudantes fora de Escolaridade vs PIB Bruto per Capita (dólares)
Um outro facto que gostaria de destacar é a existência de uma discrepância significativa nem relação ao acesso à educação entre rapazes e raparigas (Figura IV), sobretudo relacionado com a privação do acesso ao ensino de meninas. Algumas das principais consequências: maiores taxas de mortalidade (nomeadamente mortalidade infantil), menor produtividade e crescimento económico (em alguns países onde o ensino é vocacionado para rapazes, o impacto económico pode ultrapassar os mil milhões de dólares por ano). De acordo a dados da UNESCO, pelo menos 16 milhões de raparigas nunca irão ter acesso à educação, sendo as mulheres cerca de 2/3 do total de adultos analfabetos (750 milhões).
Figura IV – Proporção de Género por Anos Médios de Escolaridade, 1900 a 2010
Deste modo, como pode o Rotary contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Sustentabilidade das Nações Unidas na área da educação?
Sendo uma das principais causas do Rotary o apoio à educação, desde cedo que a organização tem contribuído para fortalecer a capacidade das comunidades no apoio à educação básica e alfabetização, reduzir a disparidade de géneros na área educacional e aumentar a alfabetização de adultos.
Alguns dos seus programas envolvem não só, mas também: o patrocínio de estudantes através de bolsas de estudo, a formação e o treino de professores, a alfabetização de adultos, a criação de escolas, entre outros. A nível dos distritos em Portugal, salientar o apoio da Fundação Rotária Portuguesa, que já beneficiou mais de 13.600 projetos (sobretudo na área da educação), nomeadamente através da atribuição de bolsas de estudo a estudantes (do ensino secundário e superior), num total de mais de 1,1 milhões de euros (durante os anos de
2020 e 2021). Adicionalmente, através da atribuição de subsídios globais pela Rotary Foundation, têm sido apoiados projetos na área da educação tanto a nível distrital, como internacionais (com destaque para os PALOPs).
Como membros de Rotary e pessoas de ação, cabe a cada um de nós contribuir de forma ativa para acabar com o analfabetismo e universalizar a educação básica, seja através de iniciativas na comunidade local, ou participando em projetos internacionais.
Vamos imaginar como o Rotary pode criar um mundo melhor!