Com mais de 2 milhões de membros em todos os escalões etários, o Rotary é um dos maiores movimentos cívicos internacionais e seguramente aquele que mais impacto positivo tem nas vidas de milhões de pessoas. O seu projecto de erradicação da pólio está prestes a chegar ao fim e com uma grande vitória para a Humanidade. Milhares de projectos em áreas tão diversas como a educação, a saúde materno-infantil, o acesso à água potável, a ética profissional, a promoção da Paz e do entendimento mundial, ajudam literalmente centenas de milhões de seres humanos em todo o planeta e contribuem para que vivam melhor, mais tempo e mais pacificamente.
O Rotary não é um Movimento recém-chegado à cena internacional nem a Portugal. Fundado em 1905, Rotary já celebrou o seu primeiro século ao serviço da Humanidade. Presente em Portugal desde 1926, o Movimento Rotário Português festeja neste ano o seu nonagésimo aniversário.
I – Um Movimento invisível
Apesar de tudo isto, o Rotary é um ilustre desconhecido em Portugal e em muitos outros países do mundo. Porquê? Em primeiro lugar, porque o Rotary preferiu seguir, durante décadas, o preceito bíblico, contido no Sermão da Montanha, da discreção que recomenda que “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita”.
Hoje, contudo, vivemos num mundo de comunicação e o Rotary, adaptando-se aos seus tempos, está empenhado em divulgar as suas acções e em chamar a atenção para os seus projectos. Não porque o preceito bíblico não continue a ter validade, mas porque a visibilidade da Organização e das suas causas permite congregar vontades de um maior número de pessoas, facilita o contacto com as autoridades, simplifica a interacção com a sociedade, alarga horizontes de conhecimentos e de troca de informação, beneficiando e potenciando os projectos em curso. Em suma: maior visibilidade significa possibilidade de fazer mais, melhor e de forma mais apoiada e eficaz.
O Presidente John Germ tem, desde o início do seu mandato e em múltiplas ocasiões, exortado o Movimento a aumentar a visibilidade de Rotary e dos projectos que encarna.
II – Que desafios para aumentar a visibilidade do Rotary em Portugal?
Trabalhar para aumentar a visibilidade do Rotary em Portugal passa por uma actuação concertada a três níveis de intervenção: o plano individual, o do Clube e o do Distrito.
Ao nível individual, podemos fazer muito quer junto de familiares, amigos, colegas e conhecidos, quer mesmo junto das pessoas do nosso círculo de contactos. A este nível aqui deixamos algumas sugestões para como actuar:
Uso sistemático do “pin” rotário – orgulhamo-nos de pertencer a este Movimento e devemos partilhar esse sentimento com os outros;
– Convite a amigos, colegas e conhecidos para participarem em acções rotárias;
– Divulgação nas redes sociais de temas, campanhas, projectos e iniciativas rotárias.
Ao nível dos Clubes particular atenção deve dar-se a três públicos distintos:
i) os membros do Clube – incentivando-os a participar na vida do Clube e informando-os das realizações do Movimento. Um Boletim interno costuma ser muito eficaz;
ii) a comunidade e as forças vivas – divulgando as realizações e convocando-as a apoiar e participar nas acções previstas. Nesta área, é importante o envio de notícias para os órgãos de comunicação, jornais, rádios, televisões, locais. A presença na “net” através de “blogue”, de um “site” ou de página no “facebook” ou em “Linked In”, é também importante. Um Boletim Rotário do Clube, electrónico ou em papel, distribuído a uma lista alargada, pode ser uma forma de chegar a um público mais lato.
iii) o Movimento Rotário – partilhando com os Companheiros de outros Clubes as suas realizações. Instrumentos importantes neste capítulo são o InfoRotary, o Portugal Rotário, as Redes Sociais Rotárias e a imprensa rotária do distrito, nomeadamente a carta do Governador.
Neste ano, para se obter a citação presidencial do Presidente John Germ, é necessário, entre outros critérios, completar pelo menos uma das seguintes acções:
– Organizar um evento para divulgar na comunidade do Clube o Movimento Rotário ou para celebrar o centenário de The Rotary Foundation;
– Conseguir que os media locais cubram um projecto do Clube;
– Envolver os órgãos de comunicação locais numa iniciativa, projecto ou acção de recolha de fundos do Clube.
Um excelente incentivo para divulgar o Clube na sua comunidade.
Finalmente, e a nível distrital/nacional, as atenções devem centrar-se:
– nos Clubes e nos Rotários – mantendo um conjunto de publicações, electrónicas e em papel, internas, que divulguem as actividades centrais e locais e ajude a coordenar as acções dos Clubes;
– na sociedade portuguesa – garantindo uma presença assídua do Movimento nos principais órgãos de comunicação nacional, mantendo uma presença constante na “internet” com informação rica, apelativa e actualizada.
III – Aspectos a melhorar
O nível individual tem de ser incentivado. Muitos Companheiros, porém, já são modelos vivos de divulgação do Rotary, quer pelo seu comportamento ético e solidário, quer pelos esforços que fazem para divulgar os princípios do nosso Movimento. Há que destacar o seu exemplo e fazê-lo frutificar. Apesar de tudo o que podemos ainda melhorar, este é o nível mais forte em termos de visibilidade do Rotary.
Ao nível dos Clubes, muito pode ser melhorado, nomeadamente através da formação de Companheiros para que, ao nível do seu Clube, possam efectuar um trabalho mais focado e eficaz.
A frente mais fraca é o nível distrital/nacional, com o Movimento a manifestar dificuldade em entrar nos grandes meios de comunicação nacional, estando praticamente ausente dos jornais de grande tiragem e das televisões. Um trabalho de fôlego nesta área é essencial. Quanto mais cedo começar, mais rapidamente teremos resultados. Não é um trabalho fácil, mas é possível com persistência e continuidade. É nesta área que se devem concentrar esforços.
Artigo por:
Jorge Fonseca de Almeida
Rotary Club de Algés
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