Por Diogo Bento | Rotary Club da Portela
Caros companheiros e companheiras,
Sendo dezembro o mês da Prevenção e Tratamento de Doenças, venho por este meio compartilhar alguns dados sobre o impacto das doenças a nível mundial, a importância da vacinação na erradicação de doenças, e como o nosso movimento contribui para um futuro com menos doenças.
Primeiro que tudo, salientar o impacto global das doenças com alguns dados. Cerca de 56 milhões de pessoas mor- reram prematuramente em 2017. A nível global, foram perdidos (cerca de) 1,65 mil milhões de anos em mortes prematuras, assim como mais de 850 milhões de anos de vida saudável. O custo global das doenças, em proporção à população mundial, corresponde a cerca de um terço de um ano perdido por cada ano de uma pessoa atualmente viva.
Figura 1 – Impacto total de doença por causas (anos), Mundo, 1990 a 2019
Observando–se o gráfico acima (Figura 1), verifica–se que apesar do número de anos perdidos para doenças transmissíveis (ex. virais, bacterianas) e lesões (ex. acidentes involuntários, automutilação, etc.) ter diminuído consideravelmente nos últimos 30 anos, as doenças não transmissíveis aumentaram de forma considerável (ex. doenças cardiovasculares, diabetes, cancro, doenças respiratórias, doenças mentais, entre outras (Figura 2)), nomeadamente na meia idade, nos mais idosos e nos mais vulneráveis em termos socioeconómicos (a nível global, mais de 400 milhões de pessoas não têm acesso a cuidados básicos de saúde). Isto, por sua vez, tem impactos diretos na qualidade de vida e no total de anos saudáveis dos grupos demográficos visados. Deste modo, torna-se cada vez mais crítico a implementação de políticas de saúde pública, com enfoque na prevenção e combate a este tipo de doenças.
Figura 2 – Custo de doenças não transmissíveis (anos), Mundo, 1990 a 2019
Segundo, gostaria de mencionar a o estado atual de erradicação de algumas doenças.
A erradicação define-se como a redução ou eliminação a nível global de uma infeção causada por um agente específico (ex. um vírus ou bactéria). Considera-se uma doença como erradicada quando medidas de intervenção já não são mais necessárias, ou seja, o agente que causava a doença não está mais presente.
Atualmente, conseguimos erradicar com sucesso duas doenças: A Peste Bovina e a Varíola (conforme apresentado na tabela 1). Observando-se a mesma, é listado um conjunto de doenças que atual ou futuramente poderão ser erradicadas globalmente. Destas, gostaria de destacar em particular a pólio, uma das principais causas do Rotary e que se encontra em situação de quase erradicação (à exceção do Afeganistão e do Paquistão, onde a doença ainda é endémica). É possível demonstrar o progresso nos últimos 30 anos no combate à doença (entre 1980 a 2020) através da Figura 4. Se todos os esforços de erradicação da pólio fossem hoje cancelados, dentro de 10 anos, a pólio poderia paralisar até 200 mil crianças por ano.
Tendo em conta estes resultados, há que destacar a importância e o contributo das vacinas nas doenças que poderão ser erradicadas nos próximos anos. A longo prazo, o investimento na vacinação pode compensar os custos de manter sob controlo determinadas doenças (apesar do maior investimento inicial para a erradicação de determinada doença). Isto deve-se sobretudo ao impacto contínuo que uma doença representa sobre os sistemas de saúde e a perda de produtividade de uma população doente.
Como último ponto, gostaria de salientar as diversas iniciativas que existem em Rotary com o intuito de prevenir e tratar doenças. Além das iniciativas no combate à pólio, o Rotary intervém em outras doenças tais como a diabetes (ex. a Frente Rotária Anti Diabetes), a malária, o VIH (vírus que causa a SIDA), o Alzheimer, etc. A maior parte destas iniciativas tem o apoio de parcerias como a Fundação Bill e Melinda Gates, a OMS, o CDC (Centro de Controlo de Doenças, EUA), a UNICEF, entre outras.
Sendo assim, levanta-se a questão: Como pessoas de ação, como podemos nós contribuir para a causa da prevenção e tratamento de doenças?
Um donativo à The Rotary Foundation ou a contribuição dos nossos clubes em projetos locais, nacionais, ou internacionais pode fazer toda a diferença na erradicação de doenças. Está ao nosso alcance construir um futuro melhor para as próximas gerações.
Na despedida do ano 2022, aproveito também para desejar a todos os leitores um Feliz Natal e que em 2023 a força do nosso movimento possa levar a um mundo melhor e mais justo. É das crises como a que atualmente enfrentamos que a humanidade sai mais forte e resiliente.