Por Maria João Melo Gomes
Porque segundo a Organização Mundial de Saúde os problemas relacionados com a saúde mental têm sido uma das principais causas de absentismo no trabalho e de reforma antecipada um pouco por toda a Europa, e o envolvimento ativo da liderança das organizações é um fator absolutamente chave para o sucesso de quaisquer medidas que sejam implementadas nesta área, aqui fica a entrevista com o organizador desta iniciativa.
Todos seremos chamados para a subscrição do “Pact for Mental Health in the Workplace”, procurando cumprir o desafio lançado pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável #17 – Parcerias para o Impacto.
PR: O que é o Mental Health in the Workplace?
FFV: O Mental Health in the Workplace foi um encontro para trazer maior visibilidade e reforçar a urgência da ação, no que se refere ao tema da saúde mental no contexto das organizações. Segundo a Organização Mundial de Saúde “os problemas relacionados com a saúde mental têm sido uma das principais causas de absentismo no trabalho e de reforma antecipada um pouco por toda a Europa” e “os problemas relacionados com a saúde mental nas organizações têm efeitos muito significativos não só nos indivíduos, como também na produtividade e competitividade dos negócios e, em consequência, na economia e na sociedade como um todo”.
PR: Porquê e quem foram os promotores desta iniciativa?
FFV: Partindo da necessidade de alargar a consciência e a importância do tema mas, sobretudo, de criar mecanismos e formas de pôr em prática um conjunto de medidas e iniciativas que, de forma efectiva, promovam a saúde mental no contexto de organizações empresariais, o Center for Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon desenhou este projeto que se desenvolve em 3 partes:
1) A elaboração da Research Note, “Mental Health in the Workplace: a State of Art and Guidelines for Action”, apresentada no passado dia 19 de julho, na qual pode mos ter uma ideia mais concreta do estado de arte, no Mundo e em Portugal.
2) O encontro “Mental Health in the Workplace Summit 2022” para o qual convocámos o maior número de organizações possível principalmente as que quiseram saber o que e como fazer.
3) A terceira etapa deste projeto é a mobilização de organizações e empresas para a assinatura do “Pact for Mental Health”.
PR: Onde e como decorreu o evento?
FFV: O encontro teve lugar no Campus da Católica-Lisbon nos dias 19 e 20 de Julho com o apoio e patrocínio de quem já está a implementar medidas concretas e com resultados, que ofereceram muitos exemplos, a inspiração de oradores internacionais e com mesas de debate entre organizações de diversos quadrantes.
PR: Quem participou e o que disse?
FFV: Tivemos em cada um dos dias cerca de 200 pessoas e a avaliar pelos comentários, interações e contatos pós-evento, podemos considerar que o evento atingiu os objetivos e que existem boas razões para acreditar que, os passos que temos planeados, têm um terreno fértil para crescer:
- O tópico é tão urgente que não pode admitir nem mais um minuto de inação;
- A saúde mental dos indivíduos em contexto organizacional tem consequências diretas na produtividade e competitividade dos negócios;
- O envolvimento ativo da liderança das organizações é um fator absolutamente chave para o sucesso de quaisquer medidas que sejam implementadas.
PR: O que o futuro trará?
FFV: A partir de setembro iremos mobilizar muitas organizações na subscrição do Pacto – cuja assinatura deverá ocorrer em outubro de 2022. Deste pacto serão criados grupos de trabalho que procurarão desenhar e implementar um conjunto de boas práticas nesta matéria no seio das organizações que aderirem, procurando cumprir o desafio lançado pelo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável #17 – Parcerias para Impacto. Acreditamos que o momento para agir é agora e temos bons indicadores para estar otimistas quanto ao envolvimento das organizações neste caminho que começámos a desenhar agora.