Por Rui Filipe Gil
No passado dia 5 de fevereiro, o Rotaract do Distrito 1960 reuniu-se em Santarém para o Encontro Distrital, que pretendia iniciar a discussão sobre os desafios e temas atuais que impactam o Movimento e as nossas vidas. O evento, organizado pelo Rotaract Club de Santarém em parceria com a Representadoria Distrital, foi desenvolvido em três sessões dinâmicas de conversas abertas que tinham como escopo despertar o espírito crítico dos Rotaractistas e trazer soluções e novas perspetivas.
Inovação Social em Tempos de Crise, por Simão Pedro & Mara Ribeiro Duarte
Necessidade do planeamento e propósito dos desafios e dos tempos futuros. Como estar e ser nas Organizações.
O primeiro convidado foi Simão Pedro fundador do projeto “Política (Não) Importa”, que pretende consciencializar os jovens para a importância da sua participação na democracia. O exemplo da história e da criação do projeto teve origem num problema endémico verificado após as eleições europeias de 2019: o número recorde de abstenção que rondou 70%. Juntamente com outros cinco jovens e perante o problema identificado na sociedade portuguesa, arregaçaram as mangas numa campanha de informação de alto impacto a partir das redes sociais no qual apostaram na sensibilização da importância do voto jovem, isto porque, na verdade, a política importa.
Ao longo do percurso, aperceberam-se de que o crescimento da equipa era uma necessidade, bem como parcerias com outras entidades que se identificaram com a causa e os ajudaram a crescer. Foi necessário parar a sua ação e ter momentos de reflexão para poder continuar a fazer a diferença e lograr melhor do que já faziam. Saber dizer que não foi igualmente uma das suas aprendizagens, reconhecer que as nossas limitações são parte do processo chave para servir melhor, garantindo a melhor experiência para todos os envolvidos.
Na segunda parte da sessão contámos com a participação de Mara Ribeiro Duarte past-Governadora do Rotary e past-Representante de Rotaract do Distrito 1960.
Do seu discurso, os pontos chave foram claros: fixar o foco em pessoas, planeamento, propósito/motivação. Passando a explicar que todos nós temos motivações pessoais, algo que nos leva a integrar uma Organização, seja na vida política como na profissional, pessoal … mais uma vez o fator humano é a chave em toda a nossa ação.
Relembrou que o Rotaract significa Rotary in Action. Assim, os jovens têm a responsabilidade acrescida de serem o
motor da ação e da participação. O Rotary, quando é criado com o propósito de promover a paz e a compreensão mundial, o que por vezes pode parecer demasiado abrangente, entendemos que quem tem fome não é capaz de estar em paz, como quem não tem acesso a um copo de água potável igualmente não consegue viver em paz. Se não se investir na resolução de conflitos não vai haver igualmente paz. Enquanto não for assegurado que todos têm acesso à educação básica nunca haverá paz nem a compreensão mundial. A nossa Organização serve para responder a todas as crises, económica, social e humanitária e igualmente à de valores. O Rotary está sempre presente.
Quando falamos dos nossos valores se calhar temos que parar e questionarmos:
“Nós estamos cá para quê?”. Se queres mudar, dá a tua opinião, chega-te à frente e faz a diferença.
Assim, somos parte de uma Organização para quê? Para utilizar um pin? Para dizer que faço parte de uma organização que faz jantares? Faço parte de uma organização que dá bolsas de estudo? O factor disruptivo é aquilo
que nós temos que trazer para dentro das nossas organizações, o estarmos incomodados com a inação e a falta de
participação. Isto é o que nós temos que trazer para dentro da Organização.
Esquecendo as famosas frases de “sempre foi assim”, “os livros dizem que tem que ser feito de forma x, y e z”, “sempre me disseram que tinha que ser feito desta forma”, se alguém quiser fazer algo fora do normal não o poderá fazer … aquilo que nós temos de fazer com as pessoas que trabalham connosco é exatamente pessoas, planeamento e propósito.