Por: Maria João Melo Gomes | RC Parede-Carcavelos | Organização e Melhoria Contínua D1960 AR 2022-23
Já todos sabemos que o homem é um animal gregário, precisamos uns dos outros, criando laços e construindo comunidades.
Mas o que acontece quando olhamos apenas para o nosso umbigo, para a nossa tarefa, para a nossa organização pensando que estamos a cumprir a nossa missão e esquecemos de olhar para os outros?
Por vezes é necessário parar, pensar e olhar para dentro começando por olhar para fora. Foi com esta ideia que o Centro Comunitário da Paróquia de Carcavelos decidiu parar e pensar num ciclo de conferências, juntando a academia e a comunidade para pensar as politicas publicas, começando pela intervenção social.
A Drª Maria João Pena, diretora da licenciatura em serviço social do ISCTE- IUL falou-nos da missão da academia em acompanhar a intervenção social com investigação. Porque os alunos mostram novos caminhos nas interações e nas relações entre os vários profissionais e as pessoas objeto da intervenção dos assistentes sociais. Ajudou-nos a reconhecer a importância dessas relações e que as instituições não podem estar desconectadas dessa realidade.
É claro que os processos são fundamentais, mas porque somos pessoas com percursos diferentes, ouvir todos deve
fazer parte do processo, fundamentalmente ouvir a pessoa objeto da nossa intervenção. Aqui entram os conceitos de multidisciplinariedade do conhecimento, de interdisciplinariedade e da prática interprofissional que, com a dimensão política da investigação, bem como a participação do sujeito na intervenção, na realidade exigem a integração de diferentes fontes de conhecimento, o conhecimento prático (a práxis), o conhecimento teórico e factual ( a investigação), e, também, os raciocínios analítico e o intuitivo.
O conhecimento teórico está muito enraizado, os instrumentos mensuráveis são importantes, mas exigem a análise e a experiência das pessoas que apoiam a interpretação dos dados obtidos. A investigação apoia a prática e a interprofissionalidade, porque dois ou mais profissionais a trabalhar em conjunto com uma equipa, com um propósito comum, compromisso e respeito mútuo, conseguirão resultados muito mais duradouros e consistentes.
Juntos, academia e organizações constroem conhecimento, lideranças colaborativas, enfatizam semelhanças entre grupos profissionais e facilitam a abordagem ao diagnóstico e à definição de objetivos centrados na pessoa, reconhecendo as competências partilhadas, partilhando a compreensão e pontos de vista.