Paulo Taveira de Sousa
RC Lisboa – Estrela
(participante em 15 Convenções, de 2009 a 2023)
Como é do conhecimento geral, e foi objeto de persistente divulgação nas páginas do Portugal Rotário ao longo de todo o ano, a Convenção anual do Rotary International realizou-se este ano na bonita e vibrante cidade de Melbourne, primeira capital da Austrália, no final do mês de maio.
A Convenção anual do Rotary International é um evento único. Ver reunidas pessoas das setes partidas do Mundo num único espaço durante vários dias (sempre poucos …) provoca uma sensação que não tem igual. Se queremos ter uma noção rápida e fotográfica de como está o nosso planeta, a participação numa Convenção é um dos meios mais apropriados. O ambiente que se respira é também singular, favorecendo o estabelecimento de novos contactos com Companheiros de outros Distritos e, às vezes, o aprofundamento de amizades já existentes mesmo com Companheiros do nosso Distrito, que temos condições para conhecer melhor num contexto diverso. A energia que se recebe, proveniente de oradores de grande categoria, do intercâmbio de ideias que se pode estabelecer com Companheiros ou convidados em variadas ocasiões e do ambiente geral, assim como o conhecimento que se aprofunda sobre temas rotários e não rotários são ainda fatores que tornam a participação numa Convenção em algo de memorável. Além disso, a intensidade do programa obriga-nos a estar sempre em movimento, sempre com algo para ver e ouvir, sempre em busca de um destino ou de um lugar, num corrupio constante. Quando a Convenção chega ao fim, muitos de nós dizem: já??
Costuma dizer-se que um rotário que nunca participou numa Convenção não consegue ter uma ideia completa sobre o movimento a que aderiu. Subscrevo totalmente esta afirmação. Só a Convenção nos dá uma ideia aproximada da dimensão da nossa organização, da credibilidade de que goza e da pertinência e relevância das causas que abraça. Por isso tenho dito que deve ser objetivo de um rotário participar em, pelo menos, uma Convenção. Verão que ficarão com vontade de repetir…
Uma história marcante
Não vou descrever com pormenor o programa da Convenção de Melbourne, pela simples razão de que poderão encontrar no número de maio do Portugal Rotário (página 4), versão em papel ou digital (ver no site), uma descrição muito exata, apesar de ter sido feita por antecipação! Remeto para lá e convido-vos a reler este apontamento que está muito bem feito. Queria, todavia, salientar uma intervenção numa sessão plenária de alguém que eu não conhecia e que não se suscitava o menor interesse. Chantal Vallée, treinadora de basquetebol de uma equipa da Universidade de Windsor, Canadá, terra da nossa Presidente Jennifer, surgiu no palco e contou uma história verídica e extraordinária. A história de uma equipa cronicamente perdedora que ela, em 2 anos, transformou em cronicamente vencedora. Mas teve de arrostar com 2 anos de trabalho, com muitas derrotas pelo caminho, que depois deram lugar a 5 anos seguidos de sucesso. O que quero destacar neste percurso é o modo como ela o fez, a estratégia que utilizou, aceitando as fraquezas iniciais da equipa e convertendo-as em pontos fortes. Fez-me lembrar a nossa Prova Quádrupla!
Muito importante foi a presença portuguesa! É que foi marcante! No outro lado do Mundo, arrostando com uma viagem longa, fatigante e dispendiosa, tivemos 15 portugueses dos 2 Distritos (5 do D 1960 e 10 do D 1970), entre Companheiras/os e seus parceiros. Se compararmos com a participação de outros países europeus, como Alemanha (cerca de 60), Espanha ou França (um pouco mais de 100), a nossa presença foi muitíssimo relevante. Além disso, notou-se bem, porque fizemos questão de envergar, nas sessões plenárias de abertura e de encerramento, camisolas com as cores da nossa bandeira, em boa hora disponibilizadas pelo nosso Companheiro Henrique Santos, do RC de Barcelos. Nós que estamos sempre a lamentar-nos da nossa pequenez, desta vez bem podemos estar satisfeitos com o nosso desempenho. Quero ainda mencionar que o Companheiro PDG Sérgio Almeida participou como moderador/orador numa sessão de discussão (“workoutsession”) sobre o interessante e relevante tema do “Reverse Mentorship”. Muito importante para pôr Portugal no mapa rotário.
Além disso, ficam os momentos de companheirismo que se viveram entre a delegação portuguesa, por vezes “em plenário”, outras vezes em grupos de geometria variável.
Esta Convenção foi o epílogo condigno de um ano marcante da história do Rotary International. O ano em que tivemos uma mulher pela primeira vez na presidência da organização. Uma mulher que trouxe novos temas para a nossa agenda e que nos ajudou a sintonizar com o mundo que nos rodeia. Uma mulher com a categoria de Jennifer Jones!
A Convenção de Melbourne já passou!
Para o ano, Singapura, de 25 a 29 de maio. Quem não tem curiosidade por conhecer esta fabulosa Cidade–Estado? Quem não quer experimentar a sensação de participar numa Convenção?