“Quando um Homem planta árvores sob cuja sombra sabe que nunca haverá de sentar-se, começa então a entender o sentido da vida”. O ditado, cuja autoria se desconhece, mas que é, comummente, associado a algumas tribos indígenas, leva-nos a ponderar acerca do nosso papel enquanto Seres Humanos integrados nesta ‘imensa casa’ a que convencionámos chamar Natureza. É que, ao contrário do que fazemos nas nossas pequenas casas, não tiramos um pouco do nosso tempo para limpar, arrumar e colocar no lugar tudo aquilo que, com o passar do tempo, fomos manchando. E quem sofre? O Meio Ambiente.
Somos, porventura, a geração que menos pensou naquela que se segue. A que deixa um rasto maior e mais evidente da sua presença. Não no bom, mas no pior dos sentidos.
Rotary decidiu valorizar mais esta questão, que já fazia parte das suas prioridades, definindo como tema de abril o Meio Ambiente. Desta forma, afirmamos de forma inequívoca o nosso empenhamento no apoio a atividades que reforcem a conservação e proteção dos recursos naturais, promovam a sustentabilidade ecológica e fomentem a harmonia entre as comunidades e o meio ambiente.
É, afinal, a ‘casa’ que todos partilhamos.
Temos, pois, de refletir e definir ações que permitam recuperar alguns dos malefícios já perpetrados, sob pena de agirmos tarde demais. É imperioso que tomemos medidas imediatas e ambiciosas.
Nesta edição, damos nota de uma das ações mais mobilizadoras do movimento rotário em Portugal: a reflorestação do pinhal do Rei (ou pinhal de Leiria), em 2018, depois da destruição causada pelo avassalador incêndio de 2017. Ao plantar estes novos pinheiros, cada um de nós o fez ciente de que, provavelmente, não se sentará à sua sombra: fê-lo porque é fundamental que comecemos a construir hoje o nosso legado para as próximas gerações.
Mas aopensar ‘ambiente’, temos de pensá-lo de uma forma ampla e abrangente. Por isso, trazemos também nesta edição exemplos de como o trabalho em parceria entre clubes nacionais e internacionais consegue alterar o meio envolvente e, com isso, mudar vidas, levando exemplo, esperança e melhores condições a quem mais precisa.
A emergência climática exige de nós persistência, mas também coerência num conjunto de ações que sejam demonstradoras da necessária resiliência com a qual se possa ultrapassar a crise em que o Planeta vive.
É crucial que esta seja, não uma urgência que fique circunscrita a um conjunto de intenções, mas a prioridade número um de todos nós.