Por Claúdia Oliveira
O reconhecimento profissional a Manuel Sobrinho Simões, no passado sábado (6 de novembro), levado a cabo pelo Rotary Club de Arouca foi o mote para uma conversa sobre “Medicina, docência e investigação científica”. Entre amigos e rotários de vários pontos do país, o patologista mais influente do mundo (distinção de 2015) deixou conselhos, esperança e despertou sorrisos.
Dois anos depois do último reconhecimento profissional, Cláudia Oliveira, presidente do Rotary Club de Arouca, saudou o regresso da iniciativa. “Como um movimento internacional de profissionais, Rotary pretende distinguir aqueles que são bons nas suas áreas de trabalho, e que o são tendo por base os valores da retidão, lealdade, seriedade e companheirismo. Dois anos rotários depois, tenho a sorte de presidir ao clube no ano em que, finalmente, se reconhece o mérito profissional a alguém que dele – do reconhecimento – não precisa, porque já o tem. Ainda assim, merece-o e, estou segura, todos os arouquenses lhe estão gratos pelo que tem dado, profissionalmente, ao país e ao mundo e por carregar consigo, sempre, a bandeira de Arouca”, afirmou a líder do clube arouquense, momentos antes de oferecer uma flâmula do clube asmsinada por todos os seus elementos e um quadro em lousa com o retrato do galardoado. “Vivemos tempos em que parece que já não há espaço para pararmos e para reconhecermos, enaltecermos e sobretudo, agradecermos, o contributo do outro para a comunidade. Estamos aprisionados nas redes e num discurso azedo, com frequência marcado pelo insulto fácil e até pelo ódio, o que torna iniciativas como esta ainda mais relevantes”, considerou Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca.
Sobre Manuel Sobrinho Simões, a edil vincou o seu perfil de “embaixador de Arouca”, ao qual “as gentes de Arouca retribuem, com orgulho, esta generosidade, considerando-o como um dos mais diletos filhos da terra, sabendo que o professor Sobrinho Simões corporiza o melhor de Arouca – o trabalho árduo, a disponibilidade para o outro, a humildade de quem está seguro do seu valor, e, como não poderia deixar de ser, o orgulho nas suas raízes”. Entre as várias intervenções, o padre Alberto Brito brincou com o facto de Sobrinho Simões ser “recordista em milhas por ano”, numa alusão às várias viagens que faz em trabalho, e saudou a sua capacidade em manter a “ligação entre investigação e humanidade”.
“Enternecido pela surpresa de ver vários amigos”, Manuel Sobrinho Simões agradeceu por “só falarem das coisas simpáticas”, antes de iniciar a palestra prometida, focada na saúde e bem-estar, e não na doença. Estimular a saúde, afirmou, tem de estar atento a “três cês: curar, controlar e cuidar”. Assim, também a “investigação tem de se focar no para quê. Para quê? Para ajudar o outro”. E nesse trabalho de investigação reside a esperança de que “em 30/40 anos a grande maioria dos cancros serão controláveis. Não se vai resolver, como a diabetes, a obesidade… essas são doenças crónicas que serão controláveis”.
“Em Portugal, temos de usar mais o com; o compromisso, o conviver, o conversar. Usamos mais o “des” e a sociedade está muito deslassada”, considerou Manuel Sobrinho Simões, lembrando a necessidade de humanidade.
Entre os presentes, e para além dos Rotary e Interact Clubes de Arouca, estiveram o Governador Indicado para o ano rotário 2022/2023, Duarte Besteiro, do Rotary Club Gaia-Sul, e membros dos clubes rotários de Coimbra-Saúde, Estarreja, Matosinhos, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ovar, Porto-Oeste, Trofa, Vale de Cambra, Aveiro, Douro-Saúde e E-club do Distrito 1970.