Por Maria João Gomes
Integrada na campanha da Organização Mundial de Saúde de erradicação das hepatites virais do mundo até 2030, realizou-se, no dia 11 de dezembro, a Conferência “Erradicar a Hepatite até 2030”, organizada pela sub-comissão distrital D1960 – Hepatite Zero Portugal, presidida pela PGD 2018/2019, companheira Ilda Braz, e diretora para os países lusófonos do RAG – Rotary Action Group for Hepatitis Erradication (criado em 2005).
A reunião, via Zoom, contou com a participação de Rui Tato Marinho, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e diretor do Serviço de Gastrenterologia do Hospital de Santa Maria, Germano de Sousa, administrador e fundador do Grupo Germano de Sousa, Ricardo Baptista Leite, deputado e presidente e fundador da UNITE, de Emília Rodrigues, presidente da Associação SOS Hepatites, e do Governador do Distrito 1960, Roberto Carvalho. Nela estiveram cerca de 90 participantes de diversos clubes do Distrito 1960, visitantes do Distrito 1970, de Espanha, Brasil, Cabo Verde e EUA.
O companheiro Humberto Silva, presidente e fundador do RAG, evidenciou o contrassenso de, em todo mundo, cerca de 70 milhões de pessoas estarem infetadas com o vírus da hepatite C, uma vez que ele tem cura em mais de 90% dos casos.
Estima-se que em Portugal estejam 40 mil pessoas por identificar e, por isso, importa sensibilizar para a importância de se fazer o teste, pelo menos uma vez na vida, aumentar o número de clubes envolvidos e o nível de conhecimento dos Rotários sobre esta doença, com iniciativas na comunidade, identificando locais de rastreio e apoio psicológico nas suas regiões. No ano Rotário 2018/2019, foram realizados dois protocolos com a universidade Lusófona e com o Laboratório Germano de Sousa para testar a comunidade, distribuindo-se três mil vouchers aos clubes do Distrito 1960 para rastreio da hepatite C.
Rui Tato Marinho explicou que o ciclo da doença do fígado é “traiçoeiro por causa do tempo que pode decorrer sem sintomas”, lembrando que morrem mais pessoas por hepatites víricas do que por SIDA. Desde 2014 que o tratamento da hepatite C é feito com um medicamento inovador e Portugal fez parte do grupo de países pioneiros na sua implementação. Os resultados da nova terapêutica são avassaladores: em três semanas a carga viral do doente era nula. Em mil doentes haverá um que não será curado.
Germano de Sousa reforçou que o rastreio é fundamental, nomeadamente em indivíduos que integrem grupos de: pessoas com múltiplos parceiros sexuais, trabalhadores da área da saúde, pessoas que utilizam drogas injetáveis, grávidas, portadores de VIH, doentes oncológicos, recetores de transplantes, hemofílicos, hemodialisados, imigrantes, filhos de pessoas infetadas, trabalhadores ou detidos em estabelecimentos prisionais, entre outros.
Emília Rodrigues explicou o apoio a doentes e famílias realizado pela associação. Por seu lado, Ricardo Baptista Leite explicou as demandas da rede global de parlamentares, no sentido de acabar com as doenças infeciosas, nomeadamente nos acordos com o INFARMED para pagamento e tratamento destas doenças. Estes últimos oradores referiram a importância da criação de um grupo de estudos para se atingir o objetivo da erradicação das hepatites até 2030.
Quando fizerem uma análise de rotina peçam para incluir o teste às hepatites e HIV, pelo menos uma vez na vida.
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