Por PGD D1960 1990/91, José Carlos Estorninho
Rotary está de Parabéns, estamos todos de Parabéns, diria mesmo que o Mundo está de Parabéns!
Foi há 117 anos, em 1905, numa cidade profundamente violenta, fétida e corrupta, como era Chicago no início do século passado, que um grupo de homens de bem, dignos profissionais da sua comunidade, se reuniu pela primeira vez procurando encontrar soluções para os problemas que eles próprios sentiam no desempenho das respetivas profissões e, acabando por verificar que ajudando-se entre si o poderiam igualmente fazer em prol da comunidade, fundaram um clube de serviços, ao qual, por se reunir rotativamente no escritório de cada um deles, convencionaram chamar Rotary.
Os primeiros Rotários foram escolhidos por serem profissionais de caráter ilibado. Os valores éticos e morais estiveram acima da prosperidade financeira, da fé religiosa ou da tendência política. Naquele longínquo dia 23 de fevereiro, Paul Harris e os seus companheiros não se aperceberam da extraordinária dimensão do sonho que acabavam de concretizar.
É incrível pensar o quanto mudaram as coisas no nosso mundo e na nossa Organização desde essa primeira reunião rotária.
Como dizia o poeta, “sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança”, e o Movimento gerado pelo pequeno grupo de Chicago, transformou-se até hoje, para orgulho de todos nós, numa gigantesca onda de serviços humanitários que, transportando na sua crista mais de cerca de um milhão e quinhentos mil exemplares cidadãos, abraça solidariamente os quatro cantos do mundo.
Mudaram-se os tempos e ocorreram no Planeta profundas alterações, muitas das quais dispensáveis, que o deixaram consideravelmente mutilado.
Como o mundo e a nossa Organização mudaram, desde a primeira reunião rotária sob a presidência de Paul Harris!
Rotary ultrapassou e venceu tantos desafios ao longo deste tempo! Desafios assumidos no combate aos inimigos da paz, o nosso principal objetivo.
Por tudo o que tem representado nestes 117 anos de uma invulgar e frutífera existência, encerra hoje um símbolo de força comunitária e unidade mundial, um baluarte de paz e um instrumento de construção e de defesa da felicidade do homem.
Atravessámos duas guerras mundiais e centenas de conflitos regionais, e fazemos a diferença numa altura em que vivemos uma das maiores crises de sempre que esta “aldeia global” já sofreu. Qual Titanic gigante, o mundo caminha cantando e rindo em direção ao naufrágio, órfão de valores, de princípios, de referências, carente de justiça, de ética, de amor e de solidariedade, agravado atualmente por uma pandemia que tem dizimado vidas, relações familiares, sociais e empresariais.
Respondemos aos conflitos com a Paz e à pobreza com a Educação. Demos resposta a faltas de assistência básica na saúde, com inúmeros e importantes projetos, desde equipar unidades de saúde em localidades remotas até à erradicação da Polio em todo o mundo. Os Rotários já doaram mais de 2,2 mil milhões de dólares e incontáveis horas de trabalho voluntário para proteger mais de 3 mil milhões de crianças em 122 países.
São 117 anos de serviço e de expansão magnífica e espontânea desta Organização pujante de mulheres e de homens profissionais e de negócios, que se reúnem por companheirismo, se congregam pelo ideal de servir e que, com amor, prestam relevantes serviços humanitários a milhares e milhares de cidadãos em todo o mundo.
Rotary, ocupa hoje um lugar significativo no mundo moderno. A nossa voz é ouvida, a nossa liderança é respeitada, os nossos programas são devida e merecidamente valorizados.
Rotary não acabou ontem e nem começa amanhã. Continua!
E é na sucessão e na semente de cada dia, que a seara humana se renova, mudando paradigmas, acendendo luzes e espalhando esperança!
E a esperança é um empréstimo que se pede à felicidade.
Para isso há que preparar, pensar, e sobretudo adaptar Rotary à permanente evolução do mundo, mantendo obviamente o seu objetivo de Paz e Compreensão Mundial.
Cimentado nos pilares da internacionalidade, unidade e ecumenismo, respaldado nos princípios da ética, da moral e da justiça e respirando profundamente os valores da amizade, da tolerância, do respeito e amor pelo próximo, continuaremos o nosso caminho.
O mundo vai renascer das cicatrizes de uma pandemia que nos legou a carência de afetos, que nos deixou órfãos de abraços e ausentes de partilha.
É necessário e urgente que os bons se agrupem para praticar o bem, e neste contexto, Rotary pode e deve tomar a dianteira, num processo onde cada um de nós, à sua maneira, se comprometeu firmemente a estar do lado do que é justo, moral, verdadeiro e bom.
Este é o nosso espaço e o nosso tempo. O futuro será o que fizermos de ambos.
Orgulhemo-nos de ser Rotários.
Continuemos a Servir para Transformar Vidas.